Uma pesquisa realizada pelo IBGE demonstrou o perfil etário dos empreendedores brasileiros, de 2001 a 2013. Dentre os jovens com idade entre 25 e 34 anos o empreendedorismo tende a ser maior; pois estes estão mais dispostos a encarar os riscos que um negócio próprio pode oferecer. Mesmo com a queda em termos percentuais em relação ao conjunto total da população; até por consequência da menor taxa de natalidade e do envelhecimento da população; o número de jovens empreendedores continua alto. Isso se verifica pelos números apurados no chamado TEA (sigla em inglês que quer dizer Taxa de Empreendedorismo Inicial, de “Total Early Stage Entrepreneurial Activity”); que é um dos principais indicadores desse quantitativo.

O TEA apura medidas tomadas por pessoas para abrir seu negócio em um período de 12 meses, segundo a faixa etária, mesmo que não tenham realmente começado uma empresa. De acordo com a amostragem do IBGE, o grupo de pessoas com idade entre 25 e 34 anos continua sendo a mais ativa dentre todas as faixa etárias pesquisadas. Isso indica que os brasileiros, ao se aproximar dos 30 anos, começam a considerar a abertura de um negócio próprio com principal opção de vida.

Os jovens na faixa etária de 25 a 34 anos vem de uma geração que já teve contato com o mercado e possuem a ousadia necessária para buscar novos horizontes na vida profissional. Esse comportamento não é seguido pelos muito jovens. Na faixa etária de 18 a 24 anos; a média de empreendedorismo é baixa se comparada à média registrada para as outras faixas etárias.

O número de jovens dessa faixa é pouco expressiva: Cerca de 1,6 milhão ou 7% do total geral;  o que nos mostra que os mais jovens ainda não tem a segurança necessária para investir num negócio próprio, seja por falta de experiência, ou por não conhecer bem o mercado. Soma-se a esse quantitativo o percentual de jovens dessa idade que são considerados “Nem nem nem” (nem estudam, nem trabalham, nem buscam emprego). Só no ano de 2013 cerca de 17% (quase 4 milhões) dos jovens nessa faixa etária estavam neste grupo, a grande maioria composta por mulheres.

A pesquisa também dividiu a faixa etária dos empreendedores em dois grandes grupos; notadamente distintos: os de donos de negócio com até 34 anos e os com 35 anos ou mais. Essa separação permitiu uma melhor densidade para comparação dos dois grupos. Os resultados foram os seguintes: no ano de 2003, dos  21,4 milhões de donos de negócios pesquisados; 31% tinham até 34 anos e 69% mais de 35 anos. Já no ano de 2013 o número de empreendedores no país chegava a 23,5 milhões e 26% tinham faixa etária menor que 34 anos, enquanto 74% possuíam idade maior que 35 anos.

Esses números demonstram que o grupo de empresários mais jovens no ano de 2003 migraram para o grupo de donos de negócio mais velhos dez anos depois. Provavelmente um reflexo da estabilidade econômica que o país enfrentou no período; que manteve os mesmos empreendedores como proprietários de empresa por um longo período; além do já citado envelhecimento da população. Ou seja: a análise da migração dos jovens da década passada para o grupo de empreendedores com mais de 35 anos mostra que o perfil do empreendedor brasileiro é de jovens e que esse grupo é sólido e continua no mercado empresarial mesmo depois de vários anos.

E embora o número de investidores mais jovens (menos de 24 anos) não seja tão alto na atualidade; os investidores considerados de “meia idade” (25 a 34 anos) continuam com um percentual alto de participação no mercado empresarial; mesmo em frente à crise que enfrentamos.

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