Muito se fala em inflação, principalmente em épocas de crise, como a que o Brasil vem enfrentando. Mas você sabe como ela realmente acontece?

A Teoria quantitativa da moeda

Durante o século XVIII, o filósofo David Hume começou a definir a inflação através de suas observações econômicas, mas foi o economista Milton Friedman que estudou mais a fundo o fenômeno da inflação, chegando a receber o prêmio Nobel da economia no ano de 1976.

A inflação é medida através da velocidade da circulação da moeda no mercado, que é medida pela seguinte fórmula:

MV = PY

Sendo:

M = moeda em circulação

V = velocidade da circulação dessa moeda

P = nível de preços (taxa de inflação)

Y = quantidade total de produto (PIB)

Em resumo, a quantidade de moeda em circulação (M) é multiplicada pela velocidade de sua circulação (V), e igualada ao preço da produção (P) que é multiplicado pela sua quantidade total de produção (Y).

E o que essa equação nos diz?

Quando há um aumento na emissão de moedas em uma economia, o resultado é sentido nas outras três variáveis da equação: ou os preços aumentam, ou a quantidade de produtos aumenta, ou há uma queda de produção da moeda.

Essa fórmula admite algumas variações:

Dessa forma, sabemos que quando o Banco Central aumenta a oferta de moeda de forma muito rápida, o resultado é a alta da inflação. Para que haja uma situação confortável para a economia, os dois lados da igualdade devem estar equilibrados.

A Taxa Selic como forma de frear a inflação

A Taxa Selic é a que determina o nível básico de juros para o país. É justamente a taxa de juros paga pelo governo toda vez que toma dinheiro emprestado. É a principal taxa de juros do país, e todas as outras ou a acompanham ou estão acima dela.

Quando o governo aumenta a Selic, a quantidade de moeda em circulação diminui, a expansão do crédito também é freada e a economia tende a voltar ao equilíbrio. A premissa usada é a de que: “quanto maior a taxa, menor é a demanda”. É uma taxa que atua sobre a velocidade de circulação da moeda.

A Selic é utilizada para frear o crescimento da inflação porque boa parte do consumo no Brasil provém de financiamentos e oferta de crédito. Portanto, se os juros estão mais caros, os financiamentos caem e os níveis de inflação tendem a se equilibrar.

As consequências do aumento da Selic

O problema é que metade da dívida pública do Brasil é atrelada aos níveis de juros. E toda vez que o nível de juros aumenta para frear a inflação, aumenta também essa metade da dívida. Isso cria um círculo vicioso para o país, no qual só se sai com cortes radicais nos gastos públicos, situação que o governo brasileiro vem enfrentando atualmente.

Quando a Selic aumenta, por um lado, há o esfriamento da economia. Por outro, títulos públicos se tornam mais atrativos, o que faz os investidores preferirem investir em títulos públicos e de renda fixa atreladas à taxa.

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